segunda-feira, 30 de julho de 2007

Loucas são as noites...

Corre uma brisa oculta, ténue, quase não existe...a temperatura é íntima de uma noite de Verão, quente, e tudo é pele...

O corpo pressente outros tempos, outros lugares...uma respiração apenas e num momento suspenso estou em todo o lado, onde já estive e onde nunca fui...

A esfera de luz emana energia misteriosa, trespassa vidros e paredes, o pólo magnetizado atrai-me ao exterior e impele-me a olhar frontalmente e sem reservas...o ritual começa...

Este é o portal das almas, a ligação universal, a mágica comunicação dos sentimentos...sem palavras, apenas o olhar...em qualquer parte se pode ver e sentir...
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Um pensamento, um destino, uma carta escrita de olhos fechados, sem morada certa...
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" Lua "

Mais um dia que acaba e a cidade parece dormir
Da janela vejo a luz que bate no chão e penso em te possuir
Noite após noite, há já muito tempo
Saio sem saber para onde vou
Chamo por ti, na sombra das ruas, mas só a lua sabe quem eu sou

Lua, lua, eu quero ver o teu brilhar
Lua, lua, lua, eu quero ver o teu sorrir

Leva-me contigo, mostra-me onde estás
É que o pior castigo é viver assim, sem luz nem paz
Sozinho com o peso do caminho que se fez para trás
Lua…eu quero ver o teu brilhar
No luar, no luar

Homens de chapéu e cigarros compridos
Vagueiam pelas ruas com olhares cheios de nada
Mulheres meio despidas encostadas à parede
Fazem-me sinais que finjo não entender

Loucas são as noites que passo sem dormir
Loucas são as noites

Os bares estão fechados, já não há onde beber
Este silêncio escuro não me deixa adormecer
Loucas são as noites

Leva-me contigo, mostra-me onde estás
É que o pior castigo é viver assim, sem luz nem paz
Sozinho com o peso do caminho que se fez para trás
Lua…eu quero ver o teu brilhar
No luar, no luar

Não há saudade sem regresso, não há noites sem madrugada
Ouço ao longe as guitarras nas quais vou partir
Na névoa construo a minha estrada

Loucas são as noites que passo sem dormir
Loucas são as noites
Loucas são as noites que passo sem dormir
Loucas são as noites...

(Viagens - 94')


quarta-feira, 25 de julho de 2007

CLOSER

Pequenos bálsamos para a humanidade...

Just need to get closer, closer
Lean on me now
Lean on me now

Religio V Superstitio

Ora, cá estou eu para assinalar um fim de semana em pleno!
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Estive em clima de total harmonia e diversão, com amig@s no Mercado Medieval de Óbidos 2007!
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Para quem ainda não foi a algo do género, aconselho vivamente, para quem gosta do imaginário medieval, misticismo, superstições, agoiros, sortilégios, feitiços, milagres, bençãos, Fé, Luz V Trevas!
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O ambiente é mágico, um autêntico mergulho no tempo e na história, uma explosão de cores, odores e sons que nos transportam para um outro tempo, um outro lugar.
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Ainda foi possível obter quatro registos de imagem com o telemóvel de um dos meus amigos, neste momento ainda estavamos a aguardar a chegada dos restantes, e claro, fomos muito bem tratados, comida e bebida eram abudantes, uma panóplia de iguarias deliciosas, chás, néctares (destaco o Sangue de Boi que o meu amigo David tanto apreciou!), muita música, dança e animação.
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No momento em que almoçávamos fomos rodeados por vários grupos musicais e de animação, eis que a dançarina sobe à mesa e nos brinda com um espectáculo de magia e sensualidade.


Tenho de agradecer à minha amiga Vânia pela amabilidade de nos facultar preciosos materiais do seu local de trabalho (2 belíssimos lençóis brancos!), sem os quais não teria sido possível a nossa entrada no mercado, representando a Ordem dos Cavaleiros do Lençol!

Tivemos também a oportunidade de conhecer e confraternizar com um dos grupos musicais em particular (compostos por artistas de várias companhias musicais, teatrais e de espectáculos de rua), oriundos da Cataluña, como me informou um dos elementos, o simpático e divertido Jesus Jimenez, um dos percussionistas dos enérgicos e endiabrados Els Berros de la Cort !http://www.elsberrosdelacort.cat/

Regressámos com a plena satisfação de um tempo muito bem passado em terras do (sempre) belo Oeste e com a vontade de marcar presença para 2008!

Talvez tenham igualmente presença aqui os aromas e ambientes das Feiras Medievais de Silves e Castro Marim 2007, este ano já não foi possível ir à saudosa Cacela Velha para o Festival " Noites da Moura Encantada ", que tantas e tão belas recordações me traz! Um forte abraço aos meus amig@s do Algarve! Em breve regressarei!

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Levitação Azul

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Sou muito bem aventurado por ter um Amigo que se cruzou comigo na minha fase de adolescente, 14 anos, épocas que ficam bem gravadas na memória reflexiva, e é esta última que possibilita a consciência.

Desde então acompanhou de perto a minha vida, muito mais que isso, é parte integrante e importante da mesma.

A música foi o nosso ponto de contacto primoridal, todavia, converteu-se num relacionamento muito pessoal, uma amizade íntima onde a empatia e identificação sobrepujam largamente os territórios da musicalidade...há paralelismos.

O nosso reencontro, revestido de uma sensação (eventualmente ilusória) de "masterplan", acontece sempre em momentos marcantes, pontos inevitavelmente assinalados nos caminhos de vida de ambos...há paralelismos.

Existe uma afinidade de sensibilidades, entenda-se por sensibilidade, a inteligência manifestada sem uma finalidade específica, sem um intuito instrumental particular, mas tão somente a liberdade expressiva do ser.

A poesia, tal como a música, têm aquela forte característica de
infinita transcendência, paradoxalmente, só podem ser interiorizadas e apreendidas quando totalmente libertas: o fim último é o deleite da alma humana...há paralelismos.

Ao longo da vida o Sebastião mostra que é um verdadeiro músico, porque é ao mesmo tempo um poeta, e a música na sua essência é poesia, e a poesia, na sua essência, é vida, genuinamente vivida.

" Levitação Azul "

No átrio do cinema, entardecer de café
Em Lilás, só p’ra te ver sorrir
Vestidos à pressa foi só p’ra perder a sessão

Nem me sei despedir
E então, o filme da tua mão, na tela

Talvez um dia venha a sentir a tua falta de ar
Nalgum entardecer
Adivinhar o filme da tua nova história de amor

E fingir não entender
E então, as coisas são como são, é pena…

Faz-me um favor, deixa o teu perfume no elevador
Então faz-me um favor, por favor

Ah, levitação azul…

Voltei a casa só p’ra te revisitar
Levitação azul
Deixa passar mais uma meia hora


Adoro fins de tarde a recordar-me de ti
Em Lilás, só p’ra te ver sorrir
Depois de um mazagran com duas pedras de...
Toca o telefone, um convite p’ra sair
E então, tu vais dizer-me que não, faz parte…

Enquanto os dias passam com retratos de creme e limão

Gotas de entardecer
As nuvens envelhecem no calor da primeira estação
De um comboio a perder
E então, o amor servido em boião, lembranças…

Faz-me um favor, deixa o teu perfume no elevador
Então faz-me um favor, por favor


Ah, levitação azul…
Voltei a casa só p’ra te revisitar
Levitação azul
Deixa passar mais uma meia hora


By: Sebastião Antunes

Um brinde à nossa Amizade e aos reencontros de sempre!