sábado, 22 de dezembro de 2007

Yule * Solstício de Inverno

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Yule é uma celebração do Norte da Europa que existe deste dos tempos pré-Cristãos. Os pagãos Germânicos celebravam o Yule desde os finais de Dezembro até aos primeiros dias de Janeiro, abrangendo o Solstício de Inverno. Foi a primeira festa sazonal comemorada pelas tribos neolíticas do norte da Europa, e é até hoje considerado o inicio da roda do ano por muitas tradições Pagãs. Actualmente é um dos oito feriados solares ou Sabbats do Neopaganismo. No Neopaganismo moderno, o Yule é celebrado no Solstício de Inverno, por volta de dia 21 de Dezembro no hemisfério Norte e por volta do dia 21 de Junho no hemisfério Sul.

Na Península Ibérica era costume festejar-se o Yule Ibérico, organizado conjuntamente pela Ordem Portuguesa de Wicca e pela Ordem Espanhola de Wicca.

Solstício de Inverno

Este ano o Solstício de Inverno tem início no dia 22 de Dezembro às 6h08m. Este instante marca o início do Inverno no Hemisfério Norte. É a estação mais fria do ano e prolonga-se por 88,99 dias até ao próximo Equinócio (primavera) que ocorre no dia 20 de Março de 2008 às 05h48m.

Solstícios: pontos da eclíptica em que o Sol atinge as posições máxima e mínima de altura em relação ao equador, isto é, pontos em que a declinação do Sol atinge extremos: máxima no solstício de Verão e mínima no solstício de Inverno.

A palavra de origem latina (Solstitium) está associada à ideia de que o Sol ficaria estacionário, ao atingir a sua posição mais alta ou mais baixa no céu. Veja-se a figura do analema solar (posição do sol no céu ao meio-dia local ao longo de um ano) para um lugar.


O Solstício de Inverno era conhecido como o “nascimento do sol” desde a era mais remota e festejado por todos os povos no hemisfério norte, que é também o de maior população (maiores massas continentais).

Este acontecimento astronómico era muito importante visto marcar o início do novo ciclo do Sol sobre a Terra, com dias cada vez maiores e mais quentes até ao novo retorno.

A esta data associavam-se rituais ou festas muito importantes. Por exemplo:

As civilizações mais antigas consideravam o Sol como sendo o filho da luz, a luz para eles representava Deus em vida.

Entre os druídas, o solstício era comemorado como o dia da fertilidade e muitas mulheres tentavam engravidar nesse dia.

Nos povos asiáticos, o solstício era representado por um velho de barbas brancas e roupagem vermelha e branca. Esse ser representava Deus na Terra e os asiáticos acreditavam que esse Deus encarnado trazia para a humanidade o seu filho sol.

Os Egípcios festejavam o solstício com rituais de magia que envolviam o cultivo de sementes.

Os Indianos festejavam-no transcendendo os corpos em rituais dimensionais mágicos.

Entre os povos das Américas no hemisfério Sul, os Incas mais antigos e os indígenas comemoravam o Solstício de Inverno no dia 21 de Dezembro e o Solstício de Verão no dia 21 de Junho.

Os Maias elaboraram um calendário perfeito usando o solstício como o início do ciclo do sol e da lua na Terra.

Já nos dias de hoje e talvez também por pressão da sociedade de consumo há grupos e colectividades que começam a festejar os equinócios (a festa da Primavera) e solstícios.



" O Inverno "

Velho, velho, velho.
Chegou o Inverno.
Vem de sobretudo,
Vem de cachecol,
O chão onde passa
Parece um lençol.
Esqueceu as luvas
Perto do fogão:
Quando as procurou,
Roubara-as um cão.
Com medo do frio
Encosta-se a nós:
Dai-lhe café quente
Senão perde a voz.
Velho, velho, velho.
Chegou o Inverno.

Eugénio de Andrade

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