segunda-feira, 16 de julho de 2007

Levitação Azul

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Sou muito bem aventurado por ter um Amigo que se cruzou comigo na minha fase de adolescente, 14 anos, épocas que ficam bem gravadas na memória reflexiva, e é esta última que possibilita a consciência.

Desde então acompanhou de perto a minha vida, muito mais que isso, é parte integrante e importante da mesma.

A música foi o nosso ponto de contacto primoridal, todavia, converteu-se num relacionamento muito pessoal, uma amizade íntima onde a empatia e identificação sobrepujam largamente os territórios da musicalidade...há paralelismos.

O nosso reencontro, revestido de uma sensação (eventualmente ilusória) de "masterplan", acontece sempre em momentos marcantes, pontos inevitavelmente assinalados nos caminhos de vida de ambos...há paralelismos.

Existe uma afinidade de sensibilidades, entenda-se por sensibilidade, a inteligência manifestada sem uma finalidade específica, sem um intuito instrumental particular, mas tão somente a liberdade expressiva do ser.

A poesia, tal como a música, têm aquela forte característica de
infinita transcendência, paradoxalmente, só podem ser interiorizadas e apreendidas quando totalmente libertas: o fim último é o deleite da alma humana...há paralelismos.

Ao longo da vida o Sebastião mostra que é um verdadeiro músico, porque é ao mesmo tempo um poeta, e a música na sua essência é poesia, e a poesia, na sua essência, é vida, genuinamente vivida.

" Levitação Azul "

No átrio do cinema, entardecer de café
Em Lilás, só p’ra te ver sorrir
Vestidos à pressa foi só p’ra perder a sessão

Nem me sei despedir
E então, o filme da tua mão, na tela

Talvez um dia venha a sentir a tua falta de ar
Nalgum entardecer
Adivinhar o filme da tua nova história de amor

E fingir não entender
E então, as coisas são como são, é pena…

Faz-me um favor, deixa o teu perfume no elevador
Então faz-me um favor, por favor

Ah, levitação azul…

Voltei a casa só p’ra te revisitar
Levitação azul
Deixa passar mais uma meia hora


Adoro fins de tarde a recordar-me de ti
Em Lilás, só p’ra te ver sorrir
Depois de um mazagran com duas pedras de...
Toca o telefone, um convite p’ra sair
E então, tu vais dizer-me que não, faz parte…

Enquanto os dias passam com retratos de creme e limão

Gotas de entardecer
As nuvens envelhecem no calor da primeira estação
De um comboio a perder
E então, o amor servido em boião, lembranças…

Faz-me um favor, deixa o teu perfume no elevador
Então faz-me um favor, por favor


Ah, levitação azul…
Voltei a casa só p’ra te revisitar
Levitação azul
Deixa passar mais uma meia hora


By: Sebastião Antunes

Um brinde à nossa Amizade e aos reencontros de sempre!

3 comentários:

David Cameira disse...

Não te esqueças do post sobre O Mercado Medieval de Óbidos 2007

Um abraço e continua a buscar a orientação de DEUS

Anónimo disse...

A Amizade é muito preciosa. Tens sido um amigo sem palavras para mim e para o Hugo. És uma verdadeira pérola! Não te feches na concha... revela o brilho que há em ti. Beijoka e abraço.

Anónimo disse...

Deixa passar mais uma meia hora...