Palmex no Casino do Estoril - 5ª feira - 9 de Agosto - 2007
Um dos concertos mais sóbrios e elegantes do grande compositor, músico e cantor: Jorge Palma
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Quem já viu vários concertos do Jorge sabe que a fobia de palco o impele a entrar em cena com doses ébrias muito fortes. O penúltimo concerto que vi dele foi desolador, recordo-me do mau feitio (coitado do violinista, foi o poço sem fundo das inseguranças do Palma), das brancas nos acordes de guitarra e nas letras das canções.
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Neste último concerto o enredo foi bem diferente, com uma formação jovem, um guitarrista exemplar e versátil, Marco Nunes (Ex-Blind Zero e actualmente com Jorge Palma & Pedro Abrunhosa), uma secção rítmica eficaz e um teclista no Hammond complementando esta nova sonoridade presente em "Voo Nocturno", Palma brilhou.
De referir também a presença de Vicente Palma, o respectivo herdeiro musical que esteve à altura, acompanhando diversos temas em duo com o pai (momentos de grande carga emotiva) e alguns outros com toda a banda. De notar a semelhança tímbrica vocal que Vicente tem com o pai, de olhos fechados é possível a ilusão auditiva acontecer com certa facilidade.
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Não é fácil tocar com os devaneios e humores de Mr.Palma, estiveram todos à altura da responsabilidade.
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O concerto reuniu uma amálgama de temas, uma viagem percorrida pelas diversas cores que o espólio musical deste grande compositor apresenta.
E a viagem continua...enquanto houver estrada para andar!
Tira a mão do queixo, não penses mais nisso
O que lá vai já deu o que tinha a dar
Quem ganhou, ganhou e usou-se disso
Quem perdeu há-de ter mais cartas para dar
E enquanto alguns fazem figura
Outros sucumbem à batota
Chega onde tu quiseres
Mas goza bem a tua rota
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Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar
O sistema é antigo e não poupa ninguém, não
Somos todos escravos do que precisamos
Reduz as necessidades se queres passar bem
Que a dependência é uma besta
Que dá cabo do desejo
E a liberdade é uma maluca
Que sabe quanto vale um beijo
Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar
Enquanto houver estrada para andar
A gente vai continuar
Enquanto houver estrada para andar
Enquanto houver ventos e mar
A gente não vai parar
Enquanto houver ventos e mar